2004/09/21

O concurso perdido

Sejamos realistas: este concurso de professores está perdido. Independentemente de saber de quem é a responsabilidade, o facto é que o actual sistema informático de colocações não tem cura. Provavelmente foi mal especificado, quase seguramente foi mal programado. Faltou uma gestão técnica adequada, que já teria dado o "doente" como morto há muito tempo. Bastaria ter ouvido a Ministra contar os "detalhes sórdidos" ontem no "Prós e Contras" para enterrar de vez o cadáver.

Não se confundam as questões: há uma política e há outra estritamente técnica. Sobre esta última, diga-se que nenhuma dificuldade específica justificaria este triste espectáculo. Uma equipa competente é capaz de resolver o problema com poucos recursos e em pouco tempo. O resto é apenas inépcia e incapacidade de a reconhecer.

Aceitemos o facto de que não vai haver listas.
O que fazer?

Talvez tratar o assunto escola a escola:
1) manter as colocações que já tiverem sido feitas este ano;
2) nas vagas ainda em aberto tentar manter as colocações do ano passado se esses professores ainda estiverem "livres";
3) "tapar os restantes buracos" com micro-concursos locais.

Mas sobre isto não me atrevo a ter uma posição, está longe de ser a minha área.
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PS -
Se o processamento vai ser feito "à mão" para 50.000 professores, então verifica-se uma de três situações:

a) qualquer programador competente consegue em um ou dois dias fazer um programa que execute automaticamente aquilo que agora vai ser feito manualmente ou

b) esse processamento manual implica "interpretações" caso a caso de uma lei que estará eventualmente mal feita (e que portanto não permitirá extrair um conjunto inequívoco de regras de colocação susceptível de ser traduzido fielmente em software) ou

c) as regras a utilizar serão uma "versão simplificada" das que estão previstas na lei, que portanto não seria integralmente cumprida.

É _muito_ importante perceber o que se passa, afinal.