2004/10/19

As próximas eleições autárquicas no Porto

Levantou-se n’A Baixa do Porto o tema das próximas eleições autárquicas e lá se constata que já nada há a esperar dos actuais protagonistas da política portuense. O triste espectáculo do debate sobre a Sociedade de Reabilitação Urbana foi o motivo mais recente.

Adopte-se então uma atitude positiva e pense-se mais longe: como mudar esta suposta "elite dirigente" quando formos novamente a votos.

Estou convencido de que a solução passará sempre pelos partidos políticos. No sistema actual é principalmente aos partidos que cabe a responsabilidade de apresentar propostas e candidatos, de estudar políticas, de apontar caminhos para a gestão autárquica. A intervenção da sociedade civil pode fazer-se também pela participação na vida interna dos partidos, obrigando-os a agirem de acordo com os interesses da população e não em função das guerrilhas mais mesquinhas que agora todos observamos com indignação. Os partidos e os seus dirigentes são o que são porque nós deixámos! Por termos outros interesses perfeitamente legítimos, por faltar paciência, seja lá pelo que for, a política ficou entregue a quem não está à altura das responsabilidades que lhe foram atribuídas.

A situação do Porto é muito grave. Tão grave que não é difícil, estando de boa fé, encontrar plataformas de consenso entre todos os partidos. A "sociedade civil" não pode estar contra os partidos, nem estes podem continuar afastados dos interesses da população. O que proponho é que comecemos desde já a actuar no interior de cada partido (nós, os "outsiders") identificando prioridades para a cidade e suscitando o aparecimento de programas eleitorais que possam ser objecto de acordo alargado a todas as principais forças políticas.

O Porto chegou a tal ponto de degradação que, após encontrado um consenso mínimo sobre as principais acções a executar no próximo mandato, se justificava uma candidatura independente apoiada pelos principais partidos. Trata-se de um "estado de emergência", que exige medidas radicais e excepcionais como esta.

O circo na cidade

Tenho seguido a verdadeira palhaçada que está a ocorrer no Porto a propósito da Sociedade de Reabilitação Urbana. N'A Baixa do Porto vai-se relatando o debatendo este assunto.

A situação é verdadeiramente "democrática": todos se portam igualmente mal, independentemente das filiações partidárias. Bonito exemplo.

Não é só a política nacional que vai mal, a portuense também está ao nível do submundo do futebol. Mas aqui o ritmo tem sido diário, e não semanal.