2008/06/08

O Tratado de Lisboa

Espero que os irlandeses votem NÃO. Independentemente de as alterações trazidas pelo Tratado serem positivas ou negativas, há dois motivos suficientemente fortes para o recusar sem olhar para mais nada:
  1. terem-nos negado a possibilidade de o votar, sob vários pretextos;
  2. a extensão e enorme confusão do texto, um amontoado de artigos sem qualquer preocupação de se tornar legível.

2008/06/06

De novo as touradas

Não terá certamente contestação a afirmação de que, numa tourada, o touro está a ser maltratado, colocado em sofrimento. Perante isto, há duas posições:
  1. esses maus-tratos justificam-se atendendo à "tradição", à "cultura", à "arte";
  2. esses maus-tratos não se justificam.
Tão simples quanto isto. Já aqui, em 2004, publiquei a minha opinião. Há quem diga que os animais existem para nos servir, e que portanto não seria abusivo usá-los para fins como este. Em minha opinião nada legitima essa nossa "apropriação" da Natureza. Somos (humanos) apenas muito mais inteligentes, muito mais poderosos, e por isso responsáveis pelo uso que fazemos da Terra. Não somos "equivalentes a Deus".

Os defensores da tourada (que admito sejam bem intencionados, não é essa a questão), atribuem ao touro sentimentos humanos, projectam no touro aquilo que imaginam uma pessoa sentiria se estivesse no lugar dele. O problema é que o touro não é uma pessoa!

O touro não tem interesse na luta com o homem. O touro foi apenas levado para a arena e tenta defender-se num ambiente hostil. O touro não se sente honrado por lá estar, não tem orgulho no combate, não pensa como um humano. O touro é um mamífero com alguma inteligência, tal como um cão ou um gato. E, como qualquer mamífero, sofre com medo, com stress, e quando lhe espetam ferros na carne. O resto, o "prazer psicológico" do combate, não existe a não ser na imaginação do toureiro e dos espectadores.