1) Em vez de tentar resolver os problemas todos de uma vez só com grandes projectos, as "elites" do Porto deviam colocar por escrito as suas propostas e organizar-se em pequenos grupos para concretizar iniciativas menos ambiciosas mas com efeitos palpáveis. Em vez de se manterem como “treinadoras de equipas alheias”, que criem elas próprias as suas equipas e metam mãos à obra. Exemplos:
- reabilitar património imobiliário que detêm no centro do Porto, deixando de lado alguma ganância que tem impedido avanços neste campo;
- reunir capital privado, um gabinete de Arquitectura e Engenharia, apoio jurídico e de gestão da promoção imobiliária adequados especificamente ao caso do Porto, um conjunto de "catalizadores da procura" com uma rede de contactos eficaz na cidade (vários bloggers, por exemplo!), e avançar para a aquisição, reabilitação e ocupação de espaços com dimensão significativa na Baixa;
- formar uma pequena equipa que proponha junto da SRU uma parceria/negócio como "gestora de área urbana" de uma zona a escolher na cidade;
- estabelecer parcerias com capital estrangeiro para outro tipo de investimentos no Porto ou noutro lado qualquer, já que o nacional está tão apático;
- envolver novos intervenientes com menos visibilidade, juntamente com os quais podem realizar bom trabalho conjunto.
3) Fundir municípios como um primeiro passo para uma reorganização mais geral do território. Começaria por integrar Gaia no Porto.
4) Criar um lobby profissional para pressionar principalmente a sociedade civil, embora também o Estado. Promovendo a racionalização de esforços públicos e privados, colocando as pessoas a falar umas com as outras. Conquistando o interesse de investidores. Propondo soluções realistas para diminuir os "custos de contexto". Forçando a implantação de uma “política open source” em que o Estado torne pública toda a informação (estudos como os do Metro, processos de Urbanismo, etc.) que não está disponível para consulta fácil. Recorrendo aos tribunais para que o Estado cumpra sempre a Lei.
5) Fazer ouvir a "voz do Porto". Escrevi já vários textos sobre aspectos relacionados com este tema, quer aqui quer n’A Baixa do Porto:
Defendo que deve haver uma estratégia de comunicação (privada) coordenando actividades em vários media - televisão, rádio, tertúlias, Internet (blogs em especial), jornais - apostando na complementaridade e não na concorrência directa. O mercado-alvo não pode ser só o Norte do país: tem que ser Portugal inteiro, e se calhar até algumas regiões de Espanha e a comunidade de emigrantes em França, Suíça, Estados Unidos. Os conteúdos adaptam-se com facilidade aos meios de difusão para cada classe de destinatários. Ou seja, "o Mundo visto do Norte" mais do que "o nosso pequeno mundo no Norte".
A participação no debate dos assuntos da cidade NÃO deve ser desinteressada. Não é o voluntarismo que vai resolver os problemas do Porto. O que traz resultados significativos é o interesse profissional e económico dos intervenientes. É preciso gerar negócio na região. Seria muito bom que todos nós lucrássemos pessoalmente como resultado deste nosso esforço, de forma honesta e transparente. O dinheiro é a ferramenta que permite a mudança. Eu diria que o único voluntarismo necessário é o de disponibilizar capital, de preferência privado, para os empreendedores que queiram ter intervenção no Porto.