Já repararam como alguns dos que criticam Passos Coelho têm vergonha de explicitar a alternativa que apoiam?
1. Depois de anos de abandono e total vandalização, um grupo de “okupas” bem intencionado tomou posse das instalações de uma escola no centro do Porto. Limpou-a, pintou-a, organizou actividades em conjunto com a população local que o recebeu com alegria. Passado pouco tempo, sem contacto prévio da Junta ou da Câmara, foi desalojado numa operação policial pacífica de envergadura nunca vista na zona. Os poderes autárquicos claramente não quiseram perceber o que se passava. O caso foi à Assembleia Municipal e, surpreendentemente, tratado com moderação por todos os partidos. Nunca tinha visto a sala em tão absoluto silêncio, atenta às exposições que estavam a ser feitas. Há abertura para o diálogo de modo a que não se desperdice este voluntarismo da sociedade civil. Cabe agora aos “okupas” propor um projecto para o local, esclarecendo equívocos internos que existem entre eles e que na fase de concretização se vão tornar evidentes. A “okupação” foi indispensável para a eficácia da acção, mas futuramente é preciso respeitar regras de convivência em sociedade – a Lei. Estejam as autarquias também à altura.
2. Quem se resignou à mentira sistemática dos que nos desgraçaram até à bancarrota não vai ganhar juízo antes de 5 de Junho. Já repararam como alguns dos que criticam Passos Coelho têm vergonha de explicitar a alternativa que apoiam? O PSD é o único partido que propõe uma estratégia de desenvolvimento digna desse nome. Por isso o esforço final na campanha será explicá-la aos eleitores que, não tendo o cérebro desligado, rejeitem o actual governo mas ainda hesitem entre as várias oposições. É que há muitas maneiras de governar respeitando os objectivos impostos pela troika. Queremos deixar o poder em quem arruinou o país, ou construir um futuro com políticas competentes?
(publicado no JN de 2011/05/19)