É uma espécie de vandalismo social empurrar para outros a escolha que é responsabilidade nossa. Vamos votar!
1. A política do actual Governo na área da qualificação profissional e certificação de competências tem falhado redondamente. A prova é que não se vê impacto na probabilidade de um desempregado conseguir emprego. Qualquer sistema pouco exigente cria falsas esperanças, desbarata recursos e introduz injustiça quando proporciona equivalência errada à formação de qualidade obtida por outras vias. Se uma acção de formação não é seguida imediatamente por inserção em ambiente onde os novos conhecimentos sejam aplicados, estes ao fim de pouco tempo acabam por se perder. São inúteis cursos "a seco". Aposte-se antes em formar trabalhadores já contratados, ou a contratar num regime suficientemente flexível para não ser dissuasor. Aí já não há dúvida quanto à adequação às características do mercado, pois são os próprios empregadores a definir o perfil dos cursos que, após conclusão, imediatamente rentabilizam na sua estrutura produtiva.
2. Os políticos não são todos iguais. Também é uma falácia dizer que os programas, nesta conjuntura, terão de ser idênticos. É certo que muitos dos objectivos são os que decorrem dos compromissos com a troika, mas há diferentes meios para lá chegar. Para mim, é evidente que a opção recomendável é o PSD com Passos Coelho: apresenta com detalhe as melhores propostas para desenvolvimento do país, não se sente diminuído por explicar convicções nem por acolher ideias alheias com mérito. Ou seja: trata os cidadãos com respeito, não se esquece que é suposto representá-los. Mas, mesmo que se discorde desta minha avaliação, despedir Sócrates e libertar o PS desta liderança decorre do mais elementar bom senso, trata-se de um imperativo cívico. É uma espécie de vandalismo social empurrar para outros a escolha que é responsabilidade nossa. Vamos votar!
(publicado no JN de 2011/06/02)